“Mundo dos desaparecimentos” e mundo invertido: o espírito do tempo como inquietação pura da vida
Por Ivonaldo Leite Adelmo Genro Filho, gaúcho de São Borja/Santa Maria, foi um vigoroso intelectual brasileiro que não mediu consequências no empenho em defesa das suas ideias. Jovem, em 1988, enquanto era preparado um livro no qual ele tinha responsabilidade direta, reunindo textos de autores como Ernst Bloch e Karl Korsch, 1 ocorreu a sua morte. Prestando-lhe uma espécie de homenagem, ao final do livro, acrescentou-se uma nota sobre o seu percurso. Nota curta, mas que, a meu ver, foca com pertinência a temática deste curto artigo, e que exerce influência sobre o seu desenvolvimento. Aqui do que trato é do “mundo dos desaparecimentos”, da finitude, do que nos deixa, com olhos distantes e a vaguear, observando o horizonte – seja o posto à nossa frente, seja aquele que mentalmente projetamos, e em função do qual damos passos. “Mundo dos desaparecimentos” talvez seja um modo de dizer, porque, ao fim e ao cabo, o que aqui está em causa é a clássica e magistral Fenomenologia do Espíri